Você sabia? Um estudo revela que os peixinhos dourados não só ouvem música, como conseguem
diferenciar um compositor do outro. A pesquisa integra um número
crescente de evidências de que os mais diversos animais são capazes de
compreender a música.
Segundo o principal autor do estudo, Kazutaka Shinozuka, do
Departamento de Psicologia da Universidade de Keio, os “peixes dourados
são capazes de detectar as propriedades complexas do som, como o tom e o
timbre”.
Para realizar o estudo, publicado na revista Behavioural Processes,
Shinozuka e seus colegas Haruka Ono e Shigeru Watanabe tocaram duas
peças de música clássica perto de um tanque de peixes dourados. As peças
eram Tocata e Fuga em Ré Menor, de Johann Sebastian Bach, e A Sagração
da Primavera, de Igor Stravinsky.
Os cientistas treinaram os peixes para morder uma pequena esfera
pendurada por um fio na água. Metade dos peixes foi treinada com comida
para morder a isca sempre que a música de Bach era tocada, e a outra
metade deveria fazer o mesmo com Stravinsky. Os peixinhos passaram no
teste, diferenciando os dois compositores com facilidade e enchendo a
barriga durante o processo.
Os peixes estavam mais interessados na comida do que nas músicas, mas
estudos anteriores com pombas e pássaros canoras sugerem que Bach é o
favorito, pelo menos, dos passarinhos.
“Essas peças podem ser classificadas como clássicas (Bach) e modernas
(Stravinsky)”, explicou Shinozuka. “Já havíamos demonstrado que os
pardais de Java preferem a música clássica à moderna, e que conseguem
diferenciar consonância e dissonância”. “Em geral, a música moderna
apresenta mais dissonâncias. Embora não existam evidências diretas, os
pardais de Java talvez prefiram a música clássica porque a dissonância é
menos acentuada”, especula Shinozuka.
Em geral, os animais não-humanos preferem o silêncio à nossa música.
“Alguém acredita que morcegos derramariam lágrimas ao ouvir a Ave
Maria?”, questiona David Teie, conferencista da Escola de Música da
Universidade de Maryland, que também é violoncelista profissional.
Teie estudou como os saguis-cabeça-de-algodão reagem à música. Os
macacos não esboçaram muitas reações, mas pareciam surpreendentemente
calmos quando ouviram a banda de heavy metal Metallica. Eles também
ouviram uma música criada pelo pesquisador com base na estrutura de seus
próprios guinchos.
Shinozuka não descarta a possibilidade de compor músicas específicas
para agradar a peixes e espécies não humanas, mas afirmou que qualquer
animal precisa de uma certa “habilidade de comunicação acústica”.
Ao que parece, não existe uma fórmula eficiente para criar uma música
que agrade a gregos e troianos. “Algumas pessoas gostam de música
clássica, mas outras sentem sono quando a ouvem. Enquanto uns gostam de
rock, outros o vivenciam como barulho”, argumenta Shinozuka.
Clive Wynne, do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual
do Arizona, declarou que concorda com as conclusões do estudo com os
peixes dourados. “O estudo mostra que os peixes ouvem sons e são capazes
de distinguir duas peças musicais. Enquanto nós pagamos para ouvir
música, os peixes não se mostraram dispostos a ficar em um lugar
específico do tanque para só para ouvir música”, esclarece Wynne.
Muitas famílias têm peixinhos dourados em casa, e para Shinozuka,
talvez sua capacidade esteja sendo subestimada. “Estudos científicos
demonstraram que os peixes são mais inteligentes do que as pessoas
pensam. Por favor, valorize seu peixinho dourado”, pede o pesquisador.
Por Jennifer Viegas
Esta noticia foi retirada do site: http://animalplanet.discoverybrasil.uol.com.br/peixes-tambem-ouvem-musica/
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